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Tudo está sincronizado, como dizia Jung:
A sincronicidade é uma forma de a vida mostrar que tudo está interligado — especialmente nos momentos de grande transição ou decisão.
Segundo a pesquisadora Ruchika Tulshyan (autora de artigos na Harvard Business Review) e a psicóloga Dra. Valerie Young, rotular as pessoas com esse “diagnóstico” "a síndrome do impostor" pode invisibilizar fatores sociais reais, como:
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Machismo e racismo estrutural no mercado de trabalho;
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Ambientes corporativos que não validam a diversidade;
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Falta de representatividade em cargos de liderança.
Em vez de culpar a pessoa (“você tem um problema de autoconfiança”), é importante olhar para o contexto que alimenta esse sentimento.
Como surgiu
Clance e Imes começaram a perceber, durante sessões clínicas e pesquisas, que mulheres altamente capacitadas, bem-sucedidas e inteligentes:
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Não conseguiam internalizar seus sucessos;
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Acreditavam que estavam enganando os outros;
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Sentiam que eram “fraudes” prestes a serem descobertas.
Elas estudaram 150 mulheres com histórico de desempenho excelente (professoras universitárias, estudantes de doutorado, profissionais liberais) e todas compartilhavam esse medo irracional de serem desmascaradas — mesmo com provas objetivas de competência.
Agora vamos pensar em todos os aspectos: o que acontecia em 1978? Como era a construção social?
Ambiente profissional masculino
Isso criava um cenário propício para o surgimento do sentimento de “fraude” — elas não viam muitas outras mulheres ali para se espelhar.
Movimentos sociais em ebulição
O segundo movimento feminista (a “segunda onda”) estava no auge, com pautas como:
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Igualdade no trabalho;
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Direito ao corpo e à sexualidade;
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Autonomia sobre a maternidade (inclusive o direito ao aborto).
Também estavam em pauta os direitos civis, movimentos LGBTQIA+ e conflitos geracionais.
Esse momento de ruptura gerava choques de identidade: pessoas tentavam se posicionar em um mundo que estava mudando, mas as estruturas ainda eram conservadoras.
Cultura de massa e padrões de sucesso
Ascensão da psicologia humanista
O conceito da Síndrome do Impostor encaixou-se bem nesse cenário: um nome para um sentimento comum, mas até então pouco discutido.
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Um mundo em transformação, mas ainda cheio de desigualdades;
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Pressões contraditórias sobre a mulher: seja excelente, mas não apareça demais;
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Falta de representatividade feminina nos espaços de poder;
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Um ambiente social que reforçava dúvidas internas em pessoas que estavam rompendo barreiras históricas.
Foi nesse caldeirão que o termo Impostor Phenomenon nasceu — não como uma síndrome clínica, mas como uma tentativa de dar nome a uma ferida coletiva. Especialmente das mulheres que estavam tentando ocupar espaços que antes lhes eram negados.
E para finalizar: antes de você achar que está com essa síndrome, analise o cenário.
Um grande beijo e até o próximo! 💛
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