terça-feira, 17 de junho de 2025

Voluntariado em Pimenta - Minas Gerais

Aquela famosa pergunta volta com tudo: qual foi a sua evolução esse ano?

E a gente, como sempre, cai na armadilha do pensamento sabotador. Aquele sentimento de que não fez nada, de que não progrediu em absolutamente coisa nenhuma. Mas, olha... só o fato de ter sobrevivido a mais um ano em meio a tudo o que vivemos, já é uma baita conquista.

Chegar ao fim do ano com saúde, perto da família, junto de quem amamos... isso sim é uma vitória silenciosa, daquelas que ninguém posta, mas que importam mais do que qualquer feed organizado.



Vivemos em constante cobrança

Principalmente quando se está em uma grande metrópole, onde tudo tem que acontecer rápido, como se a vida fosse um cronômetro.
Mas a realidade é outra. Nem tudo é instantâneo como miojo — e ainda bem, né? Imagina se tudo acontecesse rápido demais? Já imagino o vazio existencial que viveríamos.

Sim, esse post está atrasado — mas eu precisava pausar de verdade. Quando viajei, eu me permiti desligar. E só agora, depois do carnaval e já nas festas juninas (meu Deus, que pecado! hahaha), consegui retomar. A pausa foi essencial. Mesmo assim, confesso: em vários momentos me cobrei.

“Quando vou voltar a escrever no blog?”, pensei várias vezes.

Ainda mais agora que conquistei o meu tão sonhado estágio. Preciso dar andamento ao que me propus por aqui: compartilhar minha transição de carreira. Mas calma, isso vem nos próximos capítulos. Hoje, quero falar sobre outra transição: a de sair da selva de pedra e me reconectar com a natureza.




Desligar para recarregar

Estava trabalhando e pensei: "Por que não passar as férias no meio do mato?"
Amo me desligar de São Paulo, então fui plena procurar lugares no Worldpackers, uma plataforma de voluntariado onde você troca seu trabalho por hospedagem — e o melhor: em lugares do mundo todo.

Funciona assim: você se cadastra, cria um perfil com suas fotos, experiências, preferências e... pronto. Pode escolher se prefere cidade, vilarejo, floresta, praia. O valor? Uma tarifa única entre R$ 250,00 a R$ 300,00 (parcelável) para usar por um ano inteiro. E se quiser, dá para renovar depois.

Escolhi meu destino para o final do ano e fui. Férias longe de tudo, conectando com pessoas novas, trocando vivências. Passei o Natal e o Ano-Novo com uma nova família. E olha… eu que não sou muito fã dessas datas, achei tudo maravilhoso. Se eu estivesse sozinha em casa, não teria problema — mas viver isso com outras pessoas foi uma surpresa boa.




Voluntariando no paraíso: Casa do Bartô

Fui voluntária em um restaurante em Minas Gerais chamado Casa do Bartô. A comida? Simplesmente divina. Tudo feito com cuidado, capricho e uma estética linda. O restaurante é de frente para o rio. Juro, era mágico trabalhar lá.

Tirando alguns clientes sem noção (que existem em todo lugar, né?), foi um período muito meu. Um tempo de reflexão, leveza, silêncio interno. Fui muito feliz naquele lugar. Acordava com o som das galinhas, das vacas... um cenário que parecia tirado de um filme.



Minha jornada até Santo Hilário

Fui de ônibus até Piumhi, cidade vizinha de Pimenta, e esperei minha carona até Santo Hilário, um vilarejo minúsculo. Na chegada, fomos direto a uma hamburgueria (sim, primeira parada obrigatória!) e depois para a casa onde eu ficaria.

Dividi a casa com duas pessoas: um argentino e outro de um país latino que não me recordo. Era uma casa grande, com três quartos, sala e cozinha. Depois de uma semana, chegou um venezuelano com quem dividi o quarto — ufa, ele era gay, então fiquei tranquila! hahaha

Nos tornamos super amigos, mesmo sem falar o mesmo idioma. Ele não falava português, e eu, nada de espanhol. Usamos o ChatGPT pra traduzir (sim, você me salvou, amigo robô 💻💬). Eu falava bem devagar, ele tentava entender. Foi incrível. Que conexão linda. MUITAS SAUDADES AHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!




Natureza, sol e virada no lago

Como o lugar era bem pequeno, nossa diversão era o lago. No primeiro dia que meu amigo chegou, fomos tomar sol — no meio-dia (péssima ideia, fiquei queimada real HAHAHA). No fim do dia, trabalhamos no evento da virada do ano.

Ali, me desliguei de tudo. Fiz o que tinha me prometido: recarregar as baterias.
Enquanto trabalhava em São Paulo antes da viagem, eu só pensava: "Preciso ir pra um lugar bem distante, tranquilo, sem barulho, pra me reconectar comigo e me energizar de verdade."

E foi exatamente isso que a natureza fez comigo.
Ela tem esse poder mágico de limpar a alma, de ajudar a liberar tudo o que não nos serve mais. Na correria da cidade, vamos acumulando uma carga pesada, invisível. Poluição, pressão, barulho, estresse. Estar na natureza é como passar a roupa da alma, sabe? Acalma, ajeita, desamarrota.




Dias simples, mas que marcaram

Durante esse mês, participei de eventos na cidade (que, aliás, tem menos de 200 habitantes!), almocei em restaurante típico, caminhei até o rio com um livro na mão, tomei sol, respirei fundo. Era só eu, meu corpo, a natureza e um silêncio que gritava coisas boas.

Também fui até cidades vizinhas, conheci pessoas incríveis e me conectei com histórias únicas. É muito gostoso esse tipo de troca. Viver fora da bolha, ouvir o outro, aprender com as diferenças.

Fiquei 30 dias em Minas — que pareceram uma semana. Foi incrível. Juro!
E quando voltei pra São Paulo, voltei plena. Cheia de energia para recomeçar minha rotina. E sim, senti saudades da rotina. Que loucura boa!



E agora, recomeçar com propósito

Essa experiência me lembrou por que eu comecei esse blog. Ele é meu espaço. Um lugar pra contar histórias, dividir aprendizados, e compartilhar minha caminhada — inclusive a profissional. Em breve, quero te contar mais sobre meu estágio e a tão sonhada transição de carreira.

Mas hoje, deixo esse relato como um convite:
Se puder, pause. Vá para o mato. Se desligue para se encontrar.
Porque às vezes, tudo o que a gente precisa é de ar puro, pés na terra e silêncio de verdade.




sexta-feira, 13 de junho de 2025

Parei de beber e o que aconteceu?

 

Quem você seria sem o álcool?

Quando eu digo que não bebo, a reação das pessoas quase nunca é neutra. Não me perguntam o motivo, tampouco apoiam. Na maioria das vezes, o olhar vem carregado de julgamento, como se eu fosse "menos divertida", "difícil de lidar" ou até... um ET.

E isso me fez refletir: por que a decisão de não beber incomoda tanto os outros?



A decisão nasceu de um incômodo

Tudo começou quando percebi que o álcool estava mexendo com minha memória. Não era só um “brinde social”. Pra mim, beber significava escapar da realidade. Esquecer os problemas, anestesiar as dores ou até potencializar alegrias.

Mas aí vem o ponto de virada: quando comecei a diminuir, ganhei clareza. E nessa clareza, percebi o quanto o álcool é nocivo. Não só pra mim, mas pra milhares de pessoas ao redor do mundo.



O que é "normal" precisa ser questionado

A gente vive numa cultura onde beber é quase um passaporte social. “Quem bebe é legal”, “quem sai pra balada e vira uns shots é descolado”. E se você não se encaixa nisso? Vem o isolamento. Os convites diminuem. Os amigos desaparecem.

E aí a pergunta bate forte:
Eu só consigo me divertir se tiver álcool envolvido?




Você já parou pra pensar?

A indústria nos ensina que comemorar o Ano Novo sem champagne é quase um pecado. Que “afogar as mágoas” com uma bebida é terapêutico. Mas... será mesmo?

Será que não estamos apenas repetindo padrões sem consciência?



Uma busca simples sobre:

📌 O álcool está ligado a mais de 200 doenças.
📌 É o principal fator de risco de morte precoce entre 15 e 49 anos.
📌 Acelera o envelhecimento e afeta todos os órgãos, principalmente o fígado.
📌 Está relacionado a câncer, catarata, HIV, transtornos mentais e muito mais.
📌 Só em 2019, o consumo de álcool custou R$ 18,8 bilhões ao Brasil.

Esses dados me fizeram parar. E pensar. E repensar. Porque sinceramente? Nunca tinha feito esse tipo de busca antes. E talvez você também nunca tenha feito.


"Ah, mas é só socialmente..."

Será?
Pense no ditado: água mole em pedra dura, tanto bate até que fura.

Aos poucos, o uso social se torna hábito. O hábito vira rotina. E a rotina esconde o impacto. É sutil. Mas é real.


A pergunta que mudou tudo

“Eu estou fazendo isso por mim? Ou pra agradar os outros e me encaixar?”

A partir do momento em que passei a questionar o que eu como, o que eu bebo e o que isso causa no meu corpo e na minha mente... minha vida mudou.

Não, não foi da noite pro dia. Mas foi uma libertação.




A verdade que a indústria não quer que você veja

A indústria do álcool fatura bilhões.
Só em 2016, foram R$ 117 bilhões.
E o marketing dela é tão bem feito que te convence de que você é chato se não bebe.

Mas me diz uma coisa: será mesmo que vale a pena vender sua saúde só pra não ser chamado de “diferente”?



Radical? Talvez. Mas necessário.

Sim, eu sou radical quando se trata da minha saúde. Do meu bem-estar. Da minha vida.

E eu estou aqui escrevendo esse texto não pra te dizer o que fazer, mas pra te convidar a olhar com mais consciência. Porque enquanto a gente não se dá conta, o inconsciente toma o volante.

“Até você se tornar consciente, o inconsciente irá dirigir sua vida e você vai chamar isso de destino.”
— Carl Jung

 

 

E agora?

Você pode seguir bebendo. Pode parar. Pode diminuir.
A escolha é sua — e está tudo bem.
Então me diz:
quem você seria sem o álcool?

Voluntariado em Pimenta - Minas Gerais

Aquela famosa pergunta volta com tudo: qual foi a sua evolução esse ano? E a gente, como sempre, cai na armadilha do pensamento sabotador. ...